sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Guerra ao Terror


                                           Título Original: The Hurt Locker
                                           Ano: 2010
                                           Direção: Kathryn Bigelow

Eis um filme que eu não indico. Quando você vê o trailer, os atores, a crítica, pensa-se que é um senhor drama e boa sorte ao perder 2h e 11min da sua vida. Exagero? Talvez, porém para um longa que recebeu nove indicações para o Oscar, vencendo 6 afora alguns outros prêmios menos notórios, fez com que muita gente esperasse sangue na tela e afins. Não desmerecendo filmes calmos e me declarando fã de violência gratuita, nada disso, até porque não é de hoje que o assunto “guerra” é pau para toda obra em filmes maravilhosos e nem por isso sangrentos e apelativos.
A história mostra exatamente o que o público americano gosta de ver: o país com supremacia. A indústria cinematográfica é muito influenciável por determinados assuntos, principalmente quando se trata de poder bélico. É inegável os abusos militares realizados no Oriente enquanto as tropas ianques estiveram presentes  em conflitos com os locais. Salas de tortura foram descobertas, inocentes, desde crianças até idosos foram mortos imprudentemente, e o pior, tudo sobre a atenta consciência do Pentágono que chegou até a afirmar que “lá não há regras”. Porém, há uma visão equivocada de que os soldados americanos desempenharam uma tarefa de “redentores mundiais” e não é bem assim que a história conta, não duvidando da utilidade do exército, nada disso, mas Bush era inconseqüente e arrogante a ponto de se colocar acima de todo bem e mal.
Voltando ao que realmente interessa. A salvação do filme são as atuações boas de fato. Nada de muito impactante, entretanto Jeremy Renner desempenhou bem (como sempre!) o papel de sargento não cauteloso que pisava no calo dos companheiros de esquadrão toda vez que entravam em ação. O longa tem uma pegada tensa e realista, porém se prolonga demasiadamente , o que te faz pensar “Teria sido melhor ter ido ver o filme do Pelé”ou ainda desejar que o personagem principal morra somente para se ter um motivo de choro. Outro ponto negativo é o mau aproveitamento de atores bons como Ralph Fiennes e Guy Pearce, com participações insignificantes que não trouxeram nada a acrescentar na história. A fotografia tem partes interessantes, mas nada digna de Oscar, há muitos outros mestres na arte de criar imagens que realizaram trabalhos muito mais influentes. O final foi até chamou a atenção dentro um contexto de não adaptação de um militar à vida caseira de casado e pai – o que ocorre muitas vezes-, voltando assim para a atividade no exército.  A direção se destacou por ser comandada pela bonitona da Kathryn Bigelow, que abocanhou o prêmio do ex-marido James Cameron (diretor de Avatar) e ainda de quebra ganhou o título de primeira mulher a receber um Oscar da melhor direção, agora cá entre nós, quem já assistiu ao filme,  deve reconhecer que não era para tanto.

Enfim, Guerra ao Terror não é ruim, mas não é ótimo. Para os que gostam de filmes de guerra assistam como experiência e lembrem-se de que opiniões são relativas, até porque se todos tivessem a minha interpretação sobre o longa, ele não teria tanto crédito por aí. Aos que esperam ação e emoção, façam um favor a si mesmos e vão assistir Pearl Harbor.





                                     Promo da MTV com o filme.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

João e Maria: Caçadores de Bruxas

                                              Título Original : Hansel and Gretel : Witch Hunters
                                              Ano : 2013
                                              Direção : Tommy Wirkola
Após o incidente da casa adocicada em que os dois irmãos quase foram mortos por uma jabiraca impiedosa, os dois crescem e se tornam caçadores badasses de bruxas. Maria (Gemma Arterton) é um Daryl Dixon em forma de mulher, sempre com um arquinho semi-automático pronto para engatilhar na cara das malfeitoras. João(Jeremy Renner) é uma personalidade ainda não muito definida que passa o filme com frases de efeito e pegando uma loira ao modo Cersei-Bitch-Lannister.
Eu particularmente achei essa adaptação do clássico infantil interessante. Irritante foi ver Hansel ser chamado de João e Gretel de Maria, mas já que tudo tem sua versão brasileirizada (neologismo, oi) porque não os títulos também. Baseado no conto original dos irmãos Grimm, sem muita beleza ou poesia como nos é contado quando somos crianças naquela hora em que nossas mães tinham uma luta laboriosa para que pegássemos no sono, aposto que muito pirralho se ouvisse a história como ela realmente foi proposta, noites de pesadelo viriam. O filme é mais violento, então não pensem em levar seus filhotes achando que vão encontrar um clássico morno da Disney porque não é bem assim que a banda toca. Ouvi muitos dizerem “Ah mas é tipo Crepúsculo” opa, mentira, não é não, aliás difere bem. Não tem nenhuma Bela egoísta que quer virar uma sanguessuga vegetariana e abandonar sua família pra viver um amor vida louca com um vampiro(?) a la Ziggy Stardust (me perdoem fãs de Crepúsculo, de coração !). “Ah mas é filme pra criança” bom, eu não sou tão nova assim e não me decepcionei, achei bem legalzinho até. Para quem gosta de um filme lindo, maravilhoso e cheio de fotografias bem elaboradas dignas de Oscar, vai achar João e Maria bem sem sal. Mas para os ecléticos, para fãs de ação ou só para quem quer curtir uma noitada mergulhado em pipoca e refrigerante, o entretenimento do filme vale a pena, podem ficar sossegados que nem vontade de ir dar uma voltinha vocês vão sentir, até mesmo porque o “longa” não é tão extenso assim, contendo apenas uma hora e meia de história.
Tem também a parte adicional do 3D que foi agradável. Possui uma configuração de efeitos bacaninha, outras nem tanto, uns errinhos aqui, outros ali, mas até mestres do cinema estão sujeitos a isso então, produção de João e Maria, você estão desculpados Comrades ! Até porque, quem não tomava um sustinho na hora que vinha um pedaço de vidro nos olhos ou não achava legal o fato de praticamente ter o Renner (gato) na sua cara, não é verdade?
A crítica especializada como jornais respeitados e programas de televisão sentou a língua na película chegando até a ridicularizá-la. Para tais amantes da sétima arte, o filme não passa de um monte de baboseira onde muito sangue é jorrado, muita ação é forçada e os atores são iniciantes. Porém, a crítica que circula entre nós pobres mortais e leigos foi boa, e acredito que não foi a torto e a direito que as sessões lotaram. Há quem gostou, quem odiou, quem não ligou. Qual opinião é válida? Difícil dizer, o jeito é garantir sua poltrona no cinema mais próximo e aproveitar.