Título Original: The Hurt Locker
Ano: 2010
Direção: Kathryn Bigelow
Eis um filme que eu não indico.
Quando você vê o trailer, os atores, a crítica, pensa-se que é um senhor drama
e boa sorte ao perder 2h e 11min da sua vida. Exagero? Talvez, porém para um
longa que recebeu nove indicações para o Oscar, vencendo 6 afora alguns outros
prêmios menos notórios, fez com que muita gente esperasse sangue na tela e
afins. Não desmerecendo filmes calmos e me declarando fã de violência gratuita,
nada disso, até porque não é de hoje que o assunto “guerra” é pau para toda
obra em filmes maravilhosos e nem por isso sangrentos e apelativos.
A história mostra exatamente o
que o público americano gosta de ver: o país com supremacia. A indústria
cinematográfica é muito influenciável por determinados assuntos, principalmente
quando se trata de poder bélico. É inegável os abusos militares realizados no
Oriente enquanto as tropas ianques estiveram presentes em conflitos com os locais. Salas de tortura
foram descobertas, inocentes, desde crianças até idosos foram mortos imprudentemente,
e o pior, tudo sobre a atenta consciência do Pentágono que chegou até a afirmar
que “lá não há regras”. Porém, há uma visão equivocada de que os soldados
americanos desempenharam uma tarefa de “redentores mundiais” e não é bem assim
que a história conta, não duvidando da utilidade do exército, nada disso, mas
Bush era inconseqüente e arrogante a ponto de se colocar acima de todo bem e
mal.
Voltando ao que realmente
interessa. A salvação do filme são as atuações boas de fato. Nada de muito
impactante, entretanto Jeremy Renner desempenhou bem (como sempre!) o papel de
sargento não cauteloso que pisava no calo dos companheiros de esquadrão toda
vez que entravam em ação. O longa tem uma pegada tensa e realista, porém se
prolonga demasiadamente , o que te faz pensar “Teria sido melhor ter ido ver o
filme do Pelé”ou ainda desejar que o personagem principal morra somente para se
ter um motivo de choro. Outro ponto negativo é o mau aproveitamento de atores
bons como Ralph Fiennes e Guy Pearce, com participações insignificantes que não
trouxeram nada a acrescentar na história. A fotografia tem partes
interessantes, mas nada digna de Oscar, há muitos outros mestres na arte de
criar imagens que realizaram trabalhos muito mais influentes. O final foi até
chamou a atenção dentro um contexto de não adaptação de um militar à vida
caseira de casado e pai – o que ocorre muitas vezes-, voltando assim para a
atividade no exército. A direção se
destacou por ser comandada pela bonitona da Kathryn Bigelow, que abocanhou o
prêmio do ex-marido James Cameron (diretor de Avatar) e ainda de quebra ganhou o
título de primeira mulher a receber um Oscar da melhor direção, agora cá entre
nós, quem já assistiu ao filme, deve
reconhecer que não era para tanto.
Enfim, Guerra ao Terror não é ruim, mas não é ótimo. Para os que gostam de filmes de guerra assistam como experiência e lembrem-se de que opiniões são relativas, até porque se todos tivessem a minha interpretação sobre o longa, ele não teria tanto crédito por aí. Aos que esperam ação e emoção, façam um favor a si mesmos e vão assistir Pearl Harbor.
Promo da MTV com o filme.