Ano: 2013
Direção: Antônio Carlos da Fontoura
Este é o ano do Renato Russo, sem mais.
Quando ouvi falar sobre Somos Tão Jovens sinceramente não me interessei muito, pois minha ânsia maior era por Faroeste Caboclo. Pois bem, fui chamada a ir ao cinema ver o lançamento, confesso que quase desisti de última hora até por ter ouvido comentário ruins, mas por fim decidir ir, e olha, me surpreendi.
Já não é de hoje que o cinema nacional deixou de ser apenas pornografia, palavrões e favelas e passou organizar obras biográficas, comédias, dramas, e até violência na medida certa. Nunca fui muito fã de filmes brasileiros por causa desses já citados motivos, mas muitas pessoas, assim como eu, devem se redimir e aplaudir o que anda vindo por aí.
Minha única,, chateação durante o filme foi ver que as cadeiras da sessão estavam quase todas vazias, víamos uns gatos pingados aqui e ali, mas faltou aquela gritaria, risos, choros e tudo o mais que faz assistir um filme em coletivo uma atividade legal, porém creio que talvez possa ter sido somente em minha cidade já que segundo fontes, milhares de espectadores foram assistir na estréia. Enfim, vamos ao que interessa.
Para quem estava esperando algo totalmente ruim, o filme é bom. Ótimo? Não, bom. O enredo foca bastante na juventude de Renato Russo, não sou uma fã assídua para saber se a maioria dos fatos são verídicos ou não, mas mesmo assim, me convenceu. O longa contém um conteúdo suave, que enganou muita gente que pensava "Oh, cinebiografia de estrela do rock, promiscuidade total." Não meu filho, isso não é Cazuza O Tempo Não Pára. Por outro lado, achei até leve demais. Faltou um pouco da intensidade do Renato, dos momentos de introspecção, dos dilemas, das genialidades. É a história da adolescência até a formação do Legião Urbana passando é claro pelo famoso Aborto Elétrico que deu início à carreira do músico.
Atuações. Hum, essa dá pano para a manga. Se você está pensando que vai sentar na sua confortável poltrona e se deparar com Wagner Moura, Taís Araújo ou José Wilker, desista. Os atores são bem aqueles retirados da Malhação (alguns são de verdade). Thiago Mendonça, que interpreta Renato, fez muito bem a sua parte, o jeito de falar, de gestuar, sem levar em conta que ficou a cara do mesmo, apesar que na hora de soltar a voz não passou muita firmeza não, mas está mais ou menos perdoado, imagino como não deve ser fácil ter o tom grave de Renato. Teve algumas outras boas, algumas forçadas, mas uma que incomodou lá no fundo da alma foi a interpretação de Sérgio Dalcin como André Pretorius. O "Sid Vicious loiro" uma hora falava inglês, outras português com sotaque inglês e em outras, não é que ele se naturalizava brasileiro e falava nossa língua perfeitamente? Dinho Ouro Preto interpretado por Ibsen Perucci roubou a cena nas poucas partes em que apareceu, parece que tiraram um carimbo mais jovem do músico e colocaram no ator, parecidíssimo. Uma curiosidade também foi que o intérprete de Dado Villa-Lobos, é na verdade filho do próprio, interessante não?
Outro ponto positivo do filme, são as pegadas engraçadas principalmente quando Renato descobre que John Lennon foi assassinado. "Oh Raimundo, dá a mão aqui, vamos rezar pelo John."Este é aquele típico longa que quando acende a luz do cinema você pensa: "Mas já? Ainda é cedo." E fica com uma sensação de que faltou algo e pensa que talvez haja uma continuação para preencher esse vazio final.
Então você aí funkeiro, pagodeiro, forrózeiro, classiqueiro, se você ainda não viu,veja. O filme vale para conhecer a história de um dos músicos mais importantes que por este Brasil já passaram.
Então você aí funkeiro, pagodeiro, forrózeiro, classiqueiro, se você ainda não viu,veja. O filme vale para conhecer a história de um dos músicos mais importantes que por este Brasil já passaram.