sábado, 23 de março de 2013

Anna Karenina


                                                      Título Original : Anna Karenina
                                                      Ano: 2012
                                                      Direção: Joe Wright


Fuçando em uma prateleira da biblioteca encontrei esse clássico russo escrito por Liev Tolstói e como já sabia que o filme estava por vir, resolvi ler. É uma obra grandiosa (quase uma Bíblia) e completa, um dos melhores volumes que já tive o prazer de ter nas mãos. Para os que gostam de se aventurar no mundo das palavras, aconselho e muito que antes que corram com a pipoca e o DVD para a sala de estar, leiam o livro de Anna Karenina.
Literatura à parte, vamos ao objeto direto desse texto. Como sempre, a direção de Joe Wright é belíssima com uma fotografia marcante e consistente como se pode constatar em seus trabalhos anteriores como Desejo e Reparação e Orgulho e Preconceito, sendo estes os mais notórios de sua carreira. O diretor tem o dom de tocar no emocional dos espectadores, quem assistiu ao primeiro citado sabe bem do que estou falando e com Anna Karenina não foi diferente. Wright fez um trabalho muito original e fiel ao livro, conseguiu captar alguns dos momentos mais importantes e decisivos apesar de terem faltado alguns que também seriam cruciais, porém não se pode julgar pois para se realizar um filme completíssimo, este teria de ter pelo menos 4 horas (sem exagero!).
Um ponto que chamou muito a atenção e contribuiu em grande escala para a parte interessante do filme, são as cenas que algumas vezes são passadas no palco de um teatro com direito a mudanças instantâneas e elenco e cenário. Foi uma jogada muito dinâmica e até divertida.
Quanto aos atores. Quando se pensa em filmes do Joe Wright uma atriz em especial vem em mente: Keira Knightley. Nos rumores iniciais sobre a história ser adaptada para o cinema novamente e que a direção cairia nas mãos deste diretor brilhante não havia quase nenhuma dúvida de quem seria a intérprete da heroína (?) da história. Sem problemas, Keira é uma atriz intensa e forte que soube muito bem ter a essência dual de Anna, a escolha foi perfeita e o papel de mulher independente caiu como uma luva para essa britânica. Outro que fez muito bem como sempre seu personagem foi Jude Law no lugar do marido enganado de Anna. Há também outro queridinho de Wright, Matthew MacFadyen que em Orgulho e  Preconceiro era par de romântico da personagem de Keira e em Anna Karenina interpreta o irmão dele Oblonsky, irônico não? Porém, com muita dor coração digo que um que não me convenceu em nada foi Aaron Taylor Johnson como Vronski. Um personagem tão importante, tão forte para a trama não pôde superar nenhuma expectativa em questões de atuação, pelo ao contrário, é um pouco forçada e não natural e isso percebe-se logo ao ver o trailer. Outro ponto negativo para ele talvez seja porque muitos não tiraram a imagem de John Lennon que possuem do ator desde que assistiram Garoto de Liverpool e agora imaginem, não seria nada interessante inserir o ilustre Beatle em uma trama extra-conjugal na Rússia czarista.
O longa também o Oscar de melhor trilha sonora, melhor design de produção e melhor figurino, vencendo este último. Muito bem merecido por sinal pois as confecções são impecáveis e originais remetendo totalmente ao século XIX. Entretanto uma pena não ter sido indicado melhor filme.
No mais, é um filme que eu indico sem sombra de dúvidas para os que curtem um drama choroso, porém bonito aos olhos.

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